quinta-feira, 14 de julho de 2016

Bioembalagens: Um passo para uma revolução

Hoje no Brasil há uma grande disponibilidade de acesso a produtos orgânicos, desde sucos até verduras, e também produtos que são caseiros. É muito importante mesmo que a gente questione a procedência dos alimentos que nós consumimos, mas também precisamos pensar a respeito do lixo que é produzido com a nossa alimentação. Além de pensar no nosso bem estar em relação aos alimentos que comemos, podemos aliar isso ao bem estar ambiental.

A reciclagem ainda está engatinhando no nosso País. A coleta seletiva não consegue atender a toda população, nem a maioria dela. Há também uma concentração do serviço nas regiões Sul e Sudeste. Hoje, a maior parte da coleta dos resíduos sólidos é feita por cooperativas de catadores que lutam pela formalização do seu trabalho. 

No Fórum Economia Limpa, promovido pela Folha de S. Paulo e Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade), especialistas discorreram sobre as dificuldades da reciclagem no País. Em primeiro lugar, não há no Brasil um incentivo por parte das empresas em uma logística reversa, de retorno das embalagens, para que a própria empresa seja responsável por dar a ela uma destinação correta. 

Outro ponto é que a maioria das embalagens dificulta o processo de reaproveitamento, pois muitas vezes têm em sua composição uma mistura de diversos tipos de plásticos, papel e outros materiais, os quais são difíceis de separar, tornando a reciclagem custosa ou inviável. No evento foi levantada a necessidade de que as empresas revejam o design e composição de suas embalagens. Esses desafios nos levam a pensar a respeito da cultura de embalagens à qual fomos acostumados. É difícil comprar algo que não venha em uma embalagem, desde roupas, comidas e cosméticos. Até nos restaurantes, talheres e guardanapos acabam sendo embalados. 

A fala de Mario Monzoni, coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-SP, chama atenção para a necessidade de começarmos a rever a nossa produção e consumo: "Não tem planeta para o crescimento esperado para os próximos anos, e a reciclagem não vai dar conta disso". 

Em meio a esse cenário, surgem alternativas que parecem ser uma luz no fim do túnel, uma opção em meio às embalagens convencionais e não sustentáveis. É o caso da Oka Bioembalagens

A Oka é uma empresa de Botucatu, no interior de São Paulo, com o compromisso de produzir embalagens sustentáveis em seu processo, uso e descarte, as chamadas bioembalagens. Basicamente, são embalagens naturais, sem aditivos químicos e biodegradáveis. Por email, a empresa explica que suas embalagens podem ser descartadas em qualquer bioma que o retroalimenta. Assim, se for para a terra, virará composto; na água, alimentará os peixes e também pode ser usada como ração animal.

Essa múltipla funcionalidade é graças ao principal componente das bioembalagens: fécula de mandioca. Junto com água e fibras, a mistura dá vida a uma embalagem que suporta temperaturas de até 200ºC e também serve como isolante térmica. 


“Queremos sim ser competitivos e acessíveis para o mercado. Ainda temos o desafio de conseguir (a liberação da) Anvisa e a impermeabilização, mantendo o conceito de biocompatibilidade, e aí sim, entrar sem restrições no mercado”

Há uma diversidade de modelos, como, por exemplo, embalagem para ovos, bandejas, velas, copos e potes. É uma ótima maneira de incentivar uma produção de lixo zero. É possível comer tudo, até a embalagem! E elas também podem ser recicladas ou compostadas; de qualquer forma, se degradarão naturalmente. A Oka explica que a média de tempo que uma embalagem plástica leva para se decompor no meio ambiente varia entre 100 a 400 anos, enquanto as bioembalagens fazem o mesmo processo entre 100 e 400 horas. 

Em sua proposta de sustentabilidade, a empresa também busca formas de disseminar seus produtos com um menor impacto ambiental na questão de logística. Eles oferecem a opção de produção ‘in loco’, na qual as próprias indústrias produzem as embalagens. Essa técnica dispensa a necessidade de um transporte, que torna a produção mais rentável e contribui para uma diminuição das emissões de gases e combustíveis fósseis dos veículos.

A Oka busca cumprir todas as exigências para entrar no mercado e contribuir para um consumo sustentável.   

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