terça-feira, 20 de setembro de 2016

É possível reciclar o lixo orgânico?

Acredito que muita gente relacione a reciclagem apenas com os resíduos sólidos, ou seja, basicamente embalagens. Pra mim, a reciclagem era isso mesmo, até que eu ouvi falar sobre compostagem. A primeira vez que eu li sobre esse termo foi em uma matéria do jornal Nexo. De cara, eu fiquei encantada com a proposta e pesquisei muito até tomar a decisão de ter uma.

A importância da compostagem está no fato dela ser uma alternativa para lidarmos com os resíduos orgânicos. Segundo um levantamento do Instituto Guandu e da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe),  51% do lixo do Brasil é de matéria orgânica!

Print de matéria do Ciclo Vivo



Como funciona? 

A compostagem basicamente é a reciclagem dos resíduos orgânicos. A técnica pode ser feita com o uso de minhocas (californianas) que facilitam o processo de decomposição. Ao final são gerados dois tipos de composto, um sólido e outro líquido.

O composto sólido é uma terra muito fértil, que pode ser utilizada em vasos e hortas e o líquido também é rico em nutrientes, bom para borrifar nas plantas. Assim, a compostagem incentiva a agricultura :)  Se você não tem plantas em casa, pode doar para alguém que tenha ou propor um projeto de horta comunitária no seu bairro ou no prédio.  

O processo de compostagem contribui para que os resíduos orgânicos não sejam descartados incorretamente em lixões e aterros, evitando também a incineração, emissão de gases poluentes e a formação do chorume, o líquido tóxico que contamina o solo e a água. É um sistema simples que pode ser adotado em residências, empresas, escolas.

Foto da minha composteira | @instigarblog

É preciso ter alguns cuidados básicos, mas seguindo tudo certinho, é só alegria! Uma composteira é feita, geralmente, por três caixas: duas caixas digestoras e uma caixa coletora (pra onde vai o líquido dos resíduos orgânicos).

A caixa coletora é a da base e as duas caixas digestoras vão em cima dela. A primeira caixa digestora deve ser enchida com os alimentos orgânicos e quando ficar cheia, troca de lugar com a caixa do meio, que passará a receber os alimentos. Todo o material orgânico que for colocado na composteira deve ser coberto com alguma matéria seca, como folhas ou serragem sem cola ou resina. As caixas também não podem pegar sol diretamente e devem ficar em um lugar arejado.

Carnes, fezes de animais, papel higiênico usado e líquidos como sopas, caldos, leite e iogurtes não podem ir na composteira! As frutas cítricas como limão e laranja não recomendadas em grandes quantidades, porque podem afetar as minhocas, além de alho, cebola, óleos e alguns alimentos cozidos.

Crédito: Instigar Blog 

Por onde começar?

Em São Paulo, o pessoal da Morada da Floresta produz esses sistemas, e foi com eles que eu comprei a minha composteira, mas também existem vários tutoriais que ensinam a fazer uma, o que é legal porque reutiliza materiais.

Em 2014, a prefeitura de São Paulo lançou um projeto em parceria com a Morada chamado "Composta São Paulo", no qual algumas famílias foram selecionadas e presentadas com uma composteira para que a ideia pudesse ser disseminada na cidade.

Separei dois vídeos que podem ajudar a entender um pouco mais sobre a compostagem, um da Morada da Floresta e outro da Fe Cortez, do Menos 1 Lixo. É só clicar em cima dos nomes para assistir.

Ter uma composteira pode parecer algo muito maluco, meio de outro mundo, mas é apenas o choque frente algo diferente e desconhecido. Porém, acredito que se a gente se deixar experimentar o novo, podemos ver como é uma técnica viável e revolucionária. De pouco em pouco, espero que a compostagem se torne uma prática comum no Brasil e no mundo, como uma alternativa sustentável.

Minha dica é: pesquise muito, procure, tire dúvidas, experimente e instigue a si mesmo :)

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