sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Menos Lixo • Dicas práticas para o dia a dia

Quando eu tive a ideia de criar o blog, fui pensando em alguns posts que eu poderia fazer. Um deles era sobre uma lista de atitudes que poderiam ser tomadas para ajudar a diminuir a nossa produção de lixo diária. Enquanto eu ensaiava começar o blog, conheci o Um Ano Sem Lixo, blog da Cristal. Ela se tornou uma grande referência pra mim e é uma pessoa que já pratica muitas coisas nessa questão e tem boas dicas para dar para quem quer diminuir a sua produção de lixo ou atingir um nível de lixo zero, que era a sua proposta inicial. 

Inspirada pelo ideal da Cristal, eu resolvi analisar o meu lixo sólido por uma semana. Grande parte dele seria reciclável - foi tudo para a sacola reciclável - mas na verdade nem tudo o que pensamos ser reciclável de fato o é.

Observei a minha produção de lixo não orgânico por uma semana e ela está listada abaixo:
  • papel higiênico - todos os dias
  • papel de barrinha de cereal - todos os dias (aproximadamente seis) 
  • embalagem de sabonete
  • embalagens de frios
  • embalagem de aveia 
  • caixinha de temaki
  • embalagem de chocolate
  • caixa de morangos
  • embalagem de ovos
  • saquinhos e embalagens de chá
  • embalagem de biscoito 
  • papel de bala 
  • copo descartável de chocolate quente
  • embalagem plástica de livro 

Imagina essa quantidade de lixo, ou mais, toda semana. Qual será o acúmulo no final do mês? E do ano? Quanto desse lixo realmente será reciclado? Diminuir a própria produção de lixo ou ir além, procurando atingir uma produção de lixo zero, exige primeiro de tudo um planejamento. É necessário uma mudança em relação ao nosso consumo de alimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal, cosméticos, roupas, enfim, tudo o que compramos para a nossa vida.  

No Brasil, a indústria de reciclagem ainda não é muito forte, sendo que a população carece de uma educação ambiental, que possa contribuir para o trabalho que hoje é feito pelos catadores de cooperativas de reciclagem.

Como cidadãos, devemos cobrar dos nossos representantes que possam investir em políticas públicas voltadas para a questão, além do compromisso por parte das empresas, que deveriam investir em uma logística reversa de seus produtos, porque é de responsabilidade delas cuidar dos impactos daquilo que colocam no mercado. 

Ainda assim, mais do que investir em reciclagem, é importante que nós possamos também rever os nossos hábitos e diminuir a intensidade do nosso consumo. Há um conceito muito interessante, apresentado pela Isabela Maria Gomez de Menezes, do Transition Towns Brasil, que é a pré-ciclagem, ou seja, fazer uma seleção antes de comprarmos as coisas.  

Analisar o próprio lixo e pensar em alternativas é uma mudança para ser feita aos poucos. Todo hábito novo é difícil de ser assimilado. Mesmo com um copo reutilizável, sacolas e guardanapos de pano, muitas vezes eu acabava usando copos descartáveis, pegando sacolas no mercado ou usando um guardanapo de papel, seja pela praticidade do momento ou por puro esquecimento, pois aquilo ainda não era uma rotina para mim. Mas, fui melhorando a cada dia e hoje eu fico muito feliz quando posso abrir mão de algo que geraria lixo.  

Há cinco atitudes básicas para começar a reduzir a própria produção de lixo diária:  

1. Copo Reutilizável
Desde o começo do ano eu uso um copo de plástico que eu tinha comprado para me forçar a beber mais água. Ele tem um tamanho bom, é resistente e tem uma tampa que veda muito bem. Lendo alguns blogs eu percebi que há uma certa resistência com os plásticos, principalmente pela falta de informação sobre sua composição e porque é um material que demora muito para se decompor quando é descartado incorretamente.
Porém, eu já tinha o copo e não vou jogá-lo fora, porque ele está em ótimo. Uma coisa que li no Um Ano Sem Lixo é que para mudarmos os nosso hábitos, em termos de sustentabilidade, não adianta jogar fora tudo que você tinha antes e começar do zero, mas sim fazer uma transição.
Daqui pra frente, vou dar preferência ao vidro, principalmente para armazenar alimentos, porque eles podem ir ao microondas e não pegam cheiro como o plástico. 



O copo rosa geralmente fica no meu trabalho, eu sempre deixo lá para beber água e às vezes eu uso para beber suco na rua. Uma outra opção são copos de vidro, práticos e versáteis. Podem servir para beber algo ou também de pote para levar a marmita do dia. Eu sempre carrego um comigo na bolsa, de tamanho pequeno, para alguma emergência.  

2. Guardanapos de pano
Essa foi uma ideia que vi no Um Ano Sem Lixo e amei logo de cara. Os guardanapos de pano são reutilizáveis e você pode usar eles pra comer quando comprar alguma coisa, dispensando saquinhos de papel e também na hora de fazer as refeições na rua ou mesmo em casa.

Segundo dados do Instituto Guandu e Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), guardanapos​ usados, papel higiênico, esponja de pia e óleo de cozinha compõem, junto com outros resíduos para os quais não há reciclagem, 17% do lixo do país.

Eu comprei os panos em uma loja de tecidos e depois mandei na costureira para dar acabamento, mas se você tiver sobras de tecidos em casa pode juntá-los e fazer um guardanapo original. Esses da foto têm uns 40cm abertos.





3. Talheres
Carregar os próprios talheres pode contribuir para uma redução do lixo diário. Em três restaurantes que eu almocei, reparei que os talheres e guardanapos vinham embalados. Acho que é um desperdício de plástico e papel para embalar essas coisas. Os guardanapos em si já são um desperdício de papel. 

Eu não sei se há uma regra de higiene da Anvisa, mas fato é que já comi em restaurantes na rua e no shopping que não embalam seus talheres e guardanapos, mas os deixam dispostos em uma caixa. Para não enfrentar um dilema ecológico, tente levar sempre com você os seus próprios talheres. Eu resolvi investir em um kit de talheres dobrável, tipo de acampamento. E para dispensar os guardanapos de papel, invista em um de pano.




4. Carregar as marmitas/lanches em bolsas térmicas

Levar a própria marmita tem inúmeros benefícios. Primeiro, é uma forma de alimentação mais saudável, já que se trata de comida caseira. Basta se organizar, reservar um tempinho e adiantar algumas coisas para o decorrer da semana. É ótimo poder comer algo que eu fiz no lugar de um lanche rápido da rua. Segundo, ao levar marmitas e lanches, é legal investir em uma bolsa térmica para armazenar os alimentos e garantir uma durabilidade maior dos alimentos.

Eu também parei de embalar os meus lanches em papel alumínio porque certo dia eu me dei conta do grande desperdício de papel que isso era: muitas vezes ele nem sequer ficava sujo, mas era pequeno demais para ser reutilizado em outro lugar e não dava para usar no sanduíche do dia seguinte.

5. Sem canudos

Exceto para pessoas que possam ter algum tipo de deficiência ou necessidade especial, os canudos são algo totalmente dispensável. Eles são bonitinhos como enfeite, mas demoram anos para se decompor e acabam em lugares errados, como mares, oceanos, e narizes de tartarugas. É incrível o tamanho do estrago que algo pequeno pode fazer.

Em 2015 foi desenvolvida uma campanha super fofa, durante uma oficina no Seminário Gastronômico de Marketing. Para incentivar as pessoas a abrir mão dos canudos, foi criada a hashtag #MasBigotesMenosPitillos (mais bigodes, menos canudos). Então não tenha vergonha de abrir mão dos canudos e aproveite o bigodinho sempre que beber alguma coisa! :)   

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